Por Ícaro César Carvalho
Não é de hoje que o mundo nos
assusta com tragédias e barbáries. A humanidade sempre foi ambiciosa,
intolerante e em muitos casos, cheia de ódio. Para piorar a situação, as
naturalizações de tais atos tornam a muitos em pessoas indiferentes, caladas e
frias.
Quem acompanha o noticiário ou
está sempre ligado nas principais redes sociais viu que duas grandes tragédias
comoveram o mundo nessa primeira quinzena de novembro: o rompimento das barragens
em Mariana, Minas Gerais, causando mortes e crimes ambientais com danos
gravíssimos, e o morticínio na França, onde o Estado Islâmico, grupo radical extremista,
aplicou mais um ato de terrorismo ao invadir uma boate em Paris, deixando
mortos e feridos, e espalhando terror e apreensão não só entre os franceses mas em todo o mundo.
As lástimas como sempre, chegam
instantaneamente às redes sociais, comovendo usuários e levantando opiniões de
milhões. Após os atentados na França as redes sociais foram tomadas por pessoas
alterando suas fotos com um fundo da bandeira francesa. Um simples ato, que não
julgo a importância nem sua relevância socialmente; entretanto, é um pequeno
meio para se mostrar que a tragédia comove os usuários das redes, por menor que
seja (sim, existem pessoas que participam por modismo, e em muitos casos nem
sabe o que está fazendo).
As críticas vieram como a lama em Minas: em
enxurradas. “Paga pau pra gringo”, “Temos uma tragédia aqui também, coloquem a
bandeira de Mariana, Minas e afins”. Também houve críticas relativas ao que
ocorreu ao Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, onde foram acesas luzes nas
cores azul, branco e vermelho em apoio à França, país que não se “importou” com
o incêndio na boate Kiss, no sul do país, isto segundo os próprios usuários. Sim.
É isso mesmo. Vemos aqui pessoas discutindo sobre qual tragédia é mais
importante ou qual delas merece a devida atenção do usuário do Facebook,
Twitter ou Whatsapp.
Mais uma vez o homem se preocupa
com o pífio, e deixa o mais importante de lado. Para muitos, colocar o avatar cromático
francês já é a prova de que se ajudou de alguma forma, ou que é possível
mostrar que há um humano por trás daquele perfil do Facebook.
Já dizia Gonzaguinha: “Eu fico
com a pureza da resposta das crianças”. Eu também prefiro. É preferível ajudar
da maneira que pode com pequenas doações ou orações ao Deus que lhe rege, as
entidades que o representam, do que ser discutir nas redes sociais sobre qual
acontecimento é mais relevante ou não. Oremos, rezemos ou prestemos
solidariedade a quem quer que seja. Vítimas de tragédia ou não. A humanidade
mais do que tudo precisa do próprio nome que a rege: humanidade.
Imagens:<http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/11/16/acir-gurgacz-presta-solidariedade-a-franca-e-pede-punicao-a-poluidores-do-rio-doce>
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