por Thayane Guimarães, Hilda Vasconcelos, Manoel Ataíde, Ana Clara Bilro e João Batista
Os dias têm sido
intensos no Departamento de comunicação. Desde o início da semana, as
atividades da Semana de Jornalismo movimentam os corredores do prédio, e nesta
quinta-feira (11) a programação do evento começou cedo.
Da oficina sobre
representatividade LGBT no jornalismo até a mesa redonda sobre as condições de
trabalho do jornalismo potiguar, a equipe Caderno de Pauta esteve presente e
traz abaixo um resumo dos acontecimentos.
Oficina “Jornalismo e o público LGBT”
![](https://scontent.fnat1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/18342712_430215884022415_2411225237510592454_n.jpg?oh=3f413843bf69e8460b83a40c05584f7a&oe=59BA5094) |
Foto por Maria Luiza Guimarães |
De uma forma
didática e envolvente, Allyson Moreira foi o ministrante da oficina “Jornalismo e o público LGBT”. O bate
papo superdescontraído abordou questões importantes sobre a diversidade de
gênero e sua aceitação no âmbito político e social.
Logo no início
da discussão, foi debatido através de um viés histórico como o assunto
"Gênero" tornou-se mais presente na mídia nacional e internacional, e
como ele sofreu mudanças ao longo do tempo, recebendo influências de movimentos
sociais como o Feminismo. Embora uma análise de dados comprovem que
desigualdade ainda persiste, é cada vez maior a força na luta contra a
homofobia, transfobia e outros preconceitos.
Além de tudo, a
oficina contou com recursos visuais para aumentar a interação com o público,
como o uso de infográficos, tabelas, músicas e exemplos do cotidiano que se
aplicam perfeitamente à pauta em questão. Em um momento de descontração,
perguntas e respostas foram o ponto alto do dia, já que o objetivo final era
passar conhecimento e noção de que igualdade precisa ser algo debatido e não
negligenciado.
De fato, quem
esteve presente pode ver de perto o quão importante é o assunto, e que vale a pena o esforço em abrir a mente a novas realidades, que não é tão nova assim.
Oficina “Assessoria de comunicação no
setor público”
![](https://scontent.fnat1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/18342501_430194117357925_6278120562166531194_n.jpg?oh=359a17026990b76199d5f4f47af7c50c&oe=59BD182E) |
Foto por Renata Leite |
Ministrada pela Chefe do departamento de assessoria de comunicação do
Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) Maria Clara Bezerra, a oficina
trouxe ao Decom diversas questões sobre a atuação dos profissionais de comunicação
no intermédio entre instituições e seu público, o papel primordial da
assessoria para entidades que querem se estabelecer tanto na sociedade como no
mercado, bem como dicas sobre comunicação de crise.
Fazendo parte de um circuito de exposições na comunidade interna do IFRN
sobre a importância da comunicação para a solidificação da marca na comunidade,
a oficina é uma integração das atividades promovidas pelo IF e UFRN. “A oficina
casou legal com esse momento vivido na instituição. Estamos trabalhando na
divulgação da ideia da comunicação como algo integrado e essencial ao setor
público, promovendo a unidade e reforço da marca do IF. Levamos essa oficina
para a Escola de Dirigentes, aos campi de João Câmara e Lajes, e a intenção é
levar para todos os outros”.
Confira a matéria exclusiva sobre essa oficina no Caderno de Pauta. Clique aqui.
Oficina “Ser Youtuber - 2ª edição”
![](https://scontent.fnat1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/18424990_430344040676266_4312931582354768069_n.jpg?oh=a4910ae741fc1a2eb95d03cfadaefe24&oe=597C5E22) |
Foto por Endy Mahara |
Marcada por um
discurso cativante, Michelle Rincon, foi quem ministrou a oficina “Ser Youtuber- 2ª edição” neste quarto e
penúltimo dia da 1ª Semana de jornalismo. A palestrante falou sobre suas
motivações para apostar na carreira de youtuber ao mesmo tempo que administra a
vida de mãe e a profissão de jornalista.
Logo no início
do momento, Michelle contou que seu canal “Mãe
de cinco”, foi antes de tudo, uma forma de se aproximar dos seus cinco
filhos, em decorrência de seu trabalho, que ocupa uma boa parte de seu tempo, e
ao grande interesse deles nas páginas do YouTube. De acordo com o dito popular,
“juntou o útil ao agradável” para um fim de satisfação pessoal.
Além disso,
aproveitou a oficina para oferecer uma troca de conhecimentos com quem
participou do encontro. Em uma conversa de youtuber para interessados na área,
ela admitiu os erros que realizou, e entre risos, pediu que ninguém cometesse,
segundo ela, as mesmas “tosquices”. E da mesma forma que errou durante essa
carreira, os acertos também vieram e da mesma maneira compartilhou-os.
Foi um momento
decididamente agradável para quem participou. Afinal, que não gosta de aprender
e se divertir ao mesmo tempo?
Oficina “Agitação e propaganda”
![](https://scontent.fnat1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/18423722_430350710675599_8407464458507474341_n.jpg?oh=2d0e040f35ae17618bce9ff91f4c90ed&oe=59C24AEF) |
Foto por Vitória Laís |
A militância não
ficou de fora da primeira semana de jornalismo. Foi a partir do tema “Agitação
e propaganda” que alguns representantes do Levante Popular da Juventude
trouxeram para o evento a grande importância da comunicação durante as
manifestações. Com a exibição de alguns vídeos gravados durantes atos e
congressos, o Levante mostrou suas principais formas de agitação: a batucada, o
teatro do oprimido, seus cantos e esquetes.
Após a exibição
dos vídeos, ainda foram realizadas algumas oficinas que tinham como objetivo
situar os participantes nos atos realizados pelo movimento. Dentre as
atividades estavam a pintura de uma grande faixa; a colagem dos lambes
(panfletos) em locais próximos ao departamento; e ainda a confecção de
fanzines, uma arte criada a partir da colagem.
Mesa
redonda "O
radiojornalismo na era da internet: tendências e perspectivas"
![](https://scontent.fnat1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/18342346_430320867345250_5339388323548445618_n.jpg?oh=c3afa401bbb76edd9959caacd4d073b9&oe=5979D7ED) |
Foto por Marcelha Pereira |
O
auditório do Decom foi o local escolhido para a mesa redonda “O radiojornalismo na era da internet”, que
contou com presenças dos debatedores Cézar Barros (FM Universitária), Ciro
Pedrosa (94 FM), Hélcio Pacheco (Web Rádio Jamboo/UFRN) e Jefferson Rocha
(UFRN).
Dentro
da temática principal da mesa, discutiu-se polêmicas como a clássica “O rádio está acabando” – Apesar do que o senso comum imagina, ficou
claro durante a discussão entre os profissionais que esse pensamento é um mito.
Para se ter ideia, desde a criação da televisão se fala no fim do rádio como meio de comunicação, porém, mesmo após tanto tempo,
ele ainda existe.
Para
além das polêmicas, houve discussões sobre temas mais contemporâneos, como a
troca de sinal (fim do AM e estabelecimento do FM como único) e Web Rádio. Referentemente
ao segundo, esteve em pauta o fato de que alguns países, em um futuro próximo,
só contarão com rádios digitais.
Também
vieram a debate os desafios, as tendências e perspectivas que os profissionais
da área têm atualmente, bem como previsões do que os futuros radiojornalistas
possam vir a enfrentar nas próximas décadas.
Mostra
de documentários
A #MostraDoc seguiu
com sua programação. Contando com a presença da organizadora geral da Semana de
Jornalismo Socorro Veloso e a coordenadora do curso de Jornalismo Kênia Maia na
plateia, foi exibido mais um documentário: “Processo Transmídia: A reinvenção
do rádio potiguar” é produto do trabalho de conclusão de curso do Jornalismo
das alunas Luciana Mendes e Patrícia Moreira, ambas diretoras e roteiristas.
Com 24 minutos de duração, o documentário aborda as transformações e
modificações pelas quais o radialismo tem passado nos últimos anos, após o
estabelecimento da cultura transmidiática de produção de conteúdo.
Um produto transmídia é
aquele que seus conteúdos ultrapassam uma única mídia. Na prática, significa
que as diferentes mídias transmitirão variados conteúdos para o público de forma
que os meios se complementem. A transmídia induz ao ato de contar histórias
através de várias mídias, com um conteúdo específico para cada uma.
Assim como nos
diversos meios tradicionais (televisão, jornal impresso, revistas), o rádio
potiguar tenta readaptar-se a essa nova cultura, e esse é o plano de fundo do
documentário das recém-formadas jornalistas.
Mesa redonda: Condições de trabalho do jornalista potiguar
![](https://scontent.fnat1-1.fna.fbcdn.net/v/t1.0-9/18402661_430681643975839_6244566361613758732_n.jpg?oh=a6c48c49408055757c343a6bf34ac755&oe=59B84A87) |
Foto por Jéssica Cavalcanti e Vitória Laís |
Unindo na bancada Kênia Maia, coordenadora do curso de Jornalismo da
UFRN, o sindicalista Esdras
Marchezan Sales, a advogada Natália Sena e a jornalista Anna Paula Andrade, a mesa
redonda “Condições de trabalho do jornalista potiguar” foi um recorte realista
e nada fantasioso de aspectos éticos e políticos que estão presentes no dia a
dia do profissional de jornalismo no Rio Grande do Norte, abordando questões
como carga horária, piso salarial, condições de trabalho e terceirização.
Todos os anos, um ranking é divulgado pelo site norte-americano
especializado em empregos CareerCast.com, elencando as melhores e piores
profissões do ano de acordo com critérios como demandas físicas, ambiente de
trabalho, renda, estresse e perspectivas de contratação. E da mesma forma que
profissões da área de exatas e computação lideram a lista dos “melhores
empregos”, repórter de jornal aparece no topo do ranking por dois anos
consecutivos como “pior profissão”. Esse dado é reflexo de um panorama
preocupante. Uma rotina árdua, estressante, sem retorno salarial consistente,
somados ao mercado sobrecarregado de profissionais desempregados, faz com que
qualquer aspirante repense bem sua decisão de ingressar na carreira
jornalística.
Porém, aos que na área já estão e, apesar de tudo, são apaixonados pelo
que fazem, a mesa redonda pode expandir o olhar sobre a profissão, e apontou
algumas saídas a alguns dos principais desafios da área, lembrando-nos da
importância de manter sempre as dificuldades em mente para que assim possamos
lutar com mais afinco pela melhora das nossas condições de trabalho.
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