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O 15 de Maio da Educação

Dos bloqueios à paralisação nacional; o dia que o país foi para as ruas em prol do ensino

POR YLANNA PIRES

Manifestantes em frente ao IFRN - Natal Central. (Foto por: Ylanna Pires)
A história sem dúvidas eternizará esta data. O 15 de Maio atípico, que vivemos recentemente em todos os estados brasileiros, marca o início de uma nova ebulição política que, diga-se de passagem, faz-se ouvir estridente na voz da  juventude. 

Na última quarta-feira, 15, alunos, servidores, pesquisadores e trabalhadores de diversos setores, reuniram-se nas ruas de mais de 200 cidades do país – capitais e interiores – para manifestarem repúdio e oposição aos bloqueios dos recursos orçamentários discricionários de Universidades e Institutos Federais. O governo, argumenta que o contingenciamento das verbas dar-se devido a uma possível oneração dos repasses  para as instituições de ensino. O corte, que totaliza cerca de 1,7 bilhões de reais, na prática, significa a inviabilização do funcionamento básico dessas instituições, e a provável extinção de atividades de pesquisa e extensão.

Impulsionados pelas últimas decisões  administrativas do Ministério da Educação, e pelas palavras de apoio do ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL), que reuniu uma multidão de alunos na quadra poliesportiva do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), os manifestantes lotaram os trechos correspondentes à Avenida Salgado Filho até a BR-101, fechando as vias expressas das rodovias nos dois sentidos. 

Entre gritos de “A juventude não tem medo de você” – fazendo alusão à figura do presidente eleito, Jair Bolsonaro –  “Educação é revolução” e “Essa balbúrdia salva vidas” – ironizando a frase do Ministro da Educação Abraham Weintraub, as pessoas que acreditam na educação pública, gratuita e de qualidade deixaram o seu recado: se houver algum indício de desmonte na Educação, haverá luta.

Mais do que uma data para marcar a indignação com os possíveis rumos da educação pública, o 15 de Maio da Educação mostrou uma nova face da Universidade e do ensino técnico brasileiro. Uma face diversa, multirracial, multieconômica e engajada. Comprometida em fazer frente à toda e qualquer tentativa de retrocesso nos avanços que fizeram do ensino público superior um ambiente para todos.

A bandeira da Educação é, e sempre será, a equidade. Nenhum direito a menos. 

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