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1ª Semana de Jornalismo da UFRN: 2º dia

Por Beatriz Nascimento, Beatriz Navarro, Letícia Dantas, Marcelha Pereira, Maria Beatriz Araújo, Nínive Luara, Ricarla Nobre e Sthefanny Ariane

O segundo dia da 1ª Semana de Jornalismo começou com a segunda parte do Minicurso "Um outro jornalismo é possível?", com o William Robson Cordeiro (UFSC) como ministrante e Kenia Maia como coordenadora, que ocorreu das 14h às 18h no Auditório do DECOM.

Dando continuidade às discussões do primeiro dia, o professor William usou como base para realização do minicurso o livro “O segredo da pirâmide”, de Adelmo Filho, objetivando resgatar as contribuições do jornalista e professor no pensamento comunicacional. Destacando o “marxismo militante e reflexivo” e  partindo desse referencial teórico, analisou o jornalismo de imprensa propondo uma leitura inovadora do texto informativo, utilizando como base as categorias filosóficas do singular, particular e universal. Sugerindo uma nova reflexão acerca da real essência do jornalismo, que vai além do capital, mas que pode ser aplicado por nós para mudar as perspectivas em prol das pessoas.

Por Vitória  Laís
Willian, que já frequentou a UFRN, onde fez seu mestrado, diz que é uma honra ter sido convidado para o evento e que acredita que iniciativas como essa são muito importantes, tanto para discutir a parte teórica e prática, quanto a  evolução do formato do jornalismo.  
O professor foi um dos três principais na programação do primeiro dia da semana que marca a história do curso, e demonstrou acreditar que mesmo com a ideia que existe de que a prática dele não irá eternizar, vê um futuro gratificante para a profissão. ”O discurso de que o jornalismo acabou, ou está em crise, não me convence. Porque não é deste jornalismo que eu estou falando, eu to falando de um jornalismo voltado para as pessoas que podem mudar, agir de uma maneira revolucionária.”

Oficina de Videorreportagem: "observar, sentir, realizar".

Aconteceu às 14h até as 16h, na Sala 01, a Oficina de Videorreportagem: "observar, sentir, realizar", com orientação do Bernardo Luiz, da TV Tribuna. Segundo ele, observar é o passo principal para a construção de uma videorreportagem. Então, por meio de uma dinâmica, fez com que os participantes da Oficina sentassem um de frente para o outro e falassem algo que os chamava atenção na pessoa à sua frente.

Durante sua fala, frisou o quanto os jornalistas precisam parar e observar o que está acontecendo, em como tudo deve ser construído em torno de uma intenção comunicativa. Bernardo também levou alguns vídeos produzidos pela TV Tribuna para fazer análise em conjunto com os alunos e os conduziu a fecharem os olhos para escutarem e sentirem a trilha sonora; mostrando que imagem e som estão relacionados e, juntos, conduzem o público à uma narrativa.

Por Maria Luiza Guimarães
Escutar é um dos verbos que não está incluso no nome da Oficina, mas que ele dá como dica para todos os futuros jornalistas: "Escutando você vai resolver muitas coisas. Escutar significa escutar o som e o silêncio, também. Na hora em que você escuta, você toma direção para o que você quer fazer. Se você escuta uma história boa, você vai saber contá-la. Se você escuta uma música bacana, você vai saber utilizar no momento certo. Se você escuta o silêncio, você também vai saber usá-lo."

Oficina de Jornalismo de Dados

Superando as expectativas, a Oficina de Jornalismo de Dados mostrou o grande auxiliar dos argumentos daqueles que escrevem: a estatística. Liderada pela professora Aparecida Ramos e seus auxiliares, Luana Aladim e Sérgio Oliveira, a dinâmica durou das 15h às 18h, começando pela teoria e seguindo com a prática, na sala de Mídias Digitais do Labcom.

Por Naryelle Keyse
Inicialmente, foi ressaltado o que é o jornalismo atualmente, e, com isso, foi enfatizada a narrativa transmídia, o Fact Check e o Jornalismo de Dados. Depois, foi aprofundada a discussão em pauta denotando a necessidade do profissional ir atrás de informações as quais podem (ou não) sustentar o que a fonte diz.

Por isso, foram apontados alguns assuntos: o RAC (Reportagem Assistida por Computador), já que agora, no mundo digital, as reportagens são feitas em campo investigativo e transmitido de forma rápida e fácil através de WiFi ou Dados Móveis; as páginas dinâmicas, as quais são feitas com um melhor entendimento de HTML; a legislação, a Lei do Acesso à Informação e Lei da Transparência, que ajudam na coleta de dados e descobertas de informações governamentais via internet.

A Oficina mostrou a importância do jornalista saber encontrar os dados e interrogá-los (o que o leitor gostaria de saber? O que os dados poderiam desvendar?), além de combinar e cruzar as informações pesquisadas a fim de construir uma relação entre eles. O Nexo Jornal foi apresentado como um exemplo funcional desse formato.  

Por Naryelle Keyse
Por fim, na prática, foram englobados três exercícios que buscaram mostrar aos participantes a capacidade de todos de misturar computação, design e matemática para fazer um jornalismo mais bonito, concreto, argumentativo, investigativo e com uma alta credibilidade.

Oficina de Fotojornalismo de Conflito

Outra oficina oferecida foi a Fotojornalismo de Conflito, das 16h às 18h, ministrada pelos professores Daniel Meirinho e Itamar Nobre. Durante a oficina foi abordado a concepção de um novo jornalismo, assim como a transição do fotojornalismo engajado nos padrões da imprensa para o fotojornalismo das redes sociais, com o caráter real, mostrando os lados que a imprensa não mostra e as dificuldades e os problemas que os fotojornalistas enfrentam nas manifestações no Brasil.

Por Renata Duarte
Os ministrantes apresentaram ainda dicas para a fotografia de protestos, como observar a cena além da lente, não ficar focado apenas no que a lente enxerga, mas sim em todo campo de visão, com o intuito de pegar um spot news (hard new), ou seja, a fim de captar um momento único com toda a agilidade que um fotógrafo deve ter. Outra dica foi a de ficar alerta ao seu redor para não acontecer imprevistos que lhe atinja, como foi citado o exemplo do cinegrafista da Band, Santiago Andrade, que foi atingido na cabeça por um rojão, em 2014, durante uma manifestação no Rio de Janeiro. E mais duas dicas essenciais foram a de sentir os protestos, sentir o clima em que se encontra, além de sentir as pessoas ao seu redor, e a de interferir na cena, dependendo da situação, pois como citado pelo ministrante Daniel Meirinho, fotógrafos não são invisíveis, ele faz parte da cena.

Por Renata Duarte
O professor Itamar Nobre indicou o filme “Repórteres de  guerra” (2010) e o professor Meirinho indicou o documentário “Abaixando a máquina - Ética e dor no fotojornalismo carioca” (2008), ambos abordam as questões inerentes à cobertura dos conflitos. No caso do filme trata-se da difícil tarefa de repórteres de fazer a cobertura das primeiras eleições na África do Sul após o Apartheid, e o documentário mostra a realidade no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, na cobertura de manifestações onde existem os conflitos armados.

Para finalizar a oficina, Daniel Meirinho fez um tutorial de um aplicativo para smartphones chamado “Snapseed”, mostrando a facilidade, a profissionalidade, a complexidade e a agilidade deste app para edição de fotos.

Mostra de Documentários

A Mostra foi a última atividade realizada no Decom. Sendo coordenada pela professora Valquíria, a exibição teve início pontualmente às 18h. Contou com a presença do ex-aluno de Jornalismo Wesley Morais, que foi orientado pela referida professora em sua ideia de homenagear os ex-funcionários da Televisão Universitária (TVU) em seu TCC, no ano de 2010.

A produção ganhou o nome de “Vozes em Cena” e teve a participação dos ex-funcionários da TVU, onde eles puderam relembrar o seu tempo de trabalho, passando por grandes feitos, até a saudade que cada um carrega consigo. 

Por Vitória Laís
O segundo documentário, de Kátia Santos, também teve a participação do Wesley Morais na construção de seu roteiro e contou a história de ex-funcionários do Jornal República, onde falaram sobre as dificuldades que enfrentaram no início do jornal, do modo como não se sentiram pressionados na época da ditadura militar no país e nos minutos finais, contam que fariam tudo de novo, mesmo se fosse preciso começar do zero.   

O terceiro e último documentário da noite foi intitulado: “Coco no pé”, falou sobre o evento tradicional de danças nordestinas. A produção tem a intenção de fazer a divulgação para mais pessoas além das da vila de Ponta Negra, ponto de origem do evento. A proposta é fazer com que as pessoas que não conhecem o evento, e os moradores locais, possam se identificar como parte dessa história.

A mostra de documentários continuará durante todos os dias no Labcom. A programação geral da Semana pode ser consultada aqui.

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