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Imprescindível: a importância da Residência Universitária para Camila Rodrigues

Ela saiu de Santa Cruz interior do RN, e veio morar em Natal. Camila Rodrigues está realizando um dos seus objetivos, cursar Publicidade e Propaganda na UFRN, e isso só foi possível graças ao apoio da Universidade.


POR PABLO ZANCA 

A maioria dos estudantes que moram na residência universitária fazem o sacrifício de sair de casa e deixar suas famílias para seguir o objetivo. O sonho de estudar em uma universidade conceituada e ter perspectivas melhores para o futuro, Camila Rodrigues (20), estudante do 4° período de Publicidade e Propaganda, deixou sua cidade, Santa Cruz no interior do Rio Grande do Norte para ir morar na residência universitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Segundo a estudante, os residentes são pessoas muito sonhadoras e determinadas a transformar suas vidas, por meio da educação.

Aluna Camila Rodrigues (Foto: Pablo Zanca/Caderno de Pauta)
Apesar da família de Camila não possuir grandes condições financeiras, ela conta que nunca faltou motivação e apoio por parte de sua família em relação aos seus estudos, e que a fragilidade financeira nunca foi um fator determinante em sua educação, talvez uma dificuldade, mas não um empecilho. Diante desse cenário, a estudante afirma que as “minhas necessidades me deram a consciência necessária para enxergar que através dos meus estudos e de uma educação de qualidade eu também posso chegar onde tantos privilegiados chegam diariamente, de igual pra igual.”. Camila aponta que um dos principais fatores que contribuiu para ela conseguir chegar a UFRN, foi ter estudado no Instituto federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Instituto o qual torna-se ponto de partida para estudantes do ensino médio chegar a universidade federal.


A residência universitária acomoda 512 estudantes, os quais foram selecionados de acordo com os critérios determinados pela Universidade por meio da condição social financeira e a distância de locomoção. Contando a seleção, e também o objetivo de um futuro melhor, há outra rigorosa semelhança entre esses estudantes, a condição social e financeira de cada um.


A palavra que pode definir todo esse grupo de colegas de residência no entendimento de Camila é: Diversidade, visto que são recebidas pessoas de todo o Brasil, de diferentes raças, gêneros e costumes.


Ao ser perguntada se, sem o benefício da residência Camila conseguiria dar continuidade aos seus estudos e se manter em natal, ela disse:

“com certeza não, a residência desde o início é imprescindível para que eu continue minha graduação, porque além da moradia em si, nós temos todo um suporte, desde limpeza, alimentação garantida pelo Restaurante Universitário, mais as cestas básicas mensais”. Para ela, o auxílio moradia que é disponibilizado para aqueles que não conseguem a vaga nos aposentos da universidade, no valor de 250 reais, não seria o suficiente para se manter na Capital.


Além desses suportes básicos que a residência oferece, a entrevistada destaca que, o contato com essas pessoas é muito enriquecedor para o convívio social, embora também considera que ao mesmo tempo é desafiador, porque em um ambiente com tantas diversidades, alguns problemas de convivência podem ocorrer. Outro ponto positivo abordado é que, com todos esses suportes, o estudante possui a preocupação com seus estudos, e isso faz com que se dediquem cem por cento nisso, como também podem aproveitar oportunidades que a universidade oferece, como bolsas e projetos.


Depois de contar sobre os muitos benefícios que a residência do campus da UFRN oferece aos alunos, Camila também ressaltou que nem tudo é perfeito em relação a moradia universitária, e para ela, o ponto a ser ressaltado de maneira negativa é sobre a infraestrutura física do local, principalmente os espaços e a acessibilidade, “poderíamos ter uma cozinha maior já que ela é compartilhada, nós não temos elevador, e isso é complicado porque uma pessoa com deficiência não pode ter acesso ao quarto piso por exemplo”. Esses tipos de problemas para ela, é muito desconfortável, visto que há pessoas que não podem voltar para suas casas no final de semana por causa da distância.


Para encerrar a entrevista, perguntei qual seria a principal preocupação dos residentes sobre o benefício e, sem hesitar, ela afirma: “com certeza o medo de não termos mais o direito a esse auxílio, porque várias residências estão sendo fechadas, e as poucas vagas que ainda existem a galera está lutando muito para conseguir”. Diante de sua afirmação e com a conjuntura política atual, o receio de Camila e de muitos outros é cada vez mais real. Se os cortes financeiros de 30% sobre as despesas não obrigatórias, previstas pelo Governo Federal realmente acontecer, a luta de Camila e de seus colegas de residência irão se perder como lágrimas de tristeza na chuva.

            

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