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Manuela D’Ávila desembarca no RN e é abraçada pela militância potiguar

Acompanhada de Fátima Bezerra, a candidata à vice-presidência pelo PCdoB cumpriu agenda de campanha no Estado

Por Kamila Tuenia e Yuri Gomes

Fátima Bezerra (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) no encontro do dia 22. Foto: José Aldenir

Uma espaçosa tenda de um hotel, na praia de Ponta Negra, em Natal, foi o lugar de um movimentado encontro entre militantes, em sua grande maioria jovens, de diferentes grupos do PT e do PCdoB. Com participação da deputada estadual pelo Rio Grande do Sul e candidata à vice-presidência, Manuela D’Ávila (PCdoB), e a senadora e concorrente ao governo do estado, Fátima Bezerra (PT), o evento aconteceu na noite do último sábado, 22. 

A organização do local lembrava um teatro de arena, ou um picadeiro de um circo: o público rodeava o palco onde ficavam as oradoras. A intenção, segundo um militante envolvido na organização, era de aproximar as candidatas das pessoas. Além da conversa com a militância, a ocasião serviu para a gravação de peças que preencherão spots da propaganda eleitoral de Fátima Bezerra no Rio Grande do Norte. 

Inicialmente, estavam previstos dois eventos: o primeiro às 18h, somente com a presença das juventudes dos partidos, e outro, logo em seguida, às 20h, contando com toda a militância. No entanto, o atraso das duas candidatas inviabilizou parte do cronograma - o que não fez com que os presentes se dispersassem.

Marcada para o início da noite, a programação iniciou próximo às 21h. Até esse horário, o espaço já estava lotado de pessoas com seus cartazes, bandeiras, adesivos e palavras de ordem. Animados pelo som que tocava canções do PT, como a célebre “Lula Lá”, marcante nas eleições de 1989, os presentes cantavam desde o famoso “Olê, Olê, Olê, Olá, Lula, Lula”, até o mais atual “Eu tô com ele, eu tô com ela, tô com Lula, Haddad e Manuela”. 

Antes do encontro, Manuela e Fátima percorreram em carreata as ruas de Parnamirim, cidade da Região Metropolitana de Natal, como previsto na agenda das candidatas. 

Resistência, educação e igualdade

Os primeiros a falar foram as lideranças dos movimentos sociais e estudantis que participaram do encontro. Representantes da União Brasileira dos Estudantes (UBES), União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG), União Estadual do Estudantes do RN e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fizeram alas às candidatas. Eles pediram o compromisso de ambas na luta pela educação, pelos direitos das mulheres, negros, LGBTs, bem como de toda a classe trabalhadora.

Movimentos de jovens ligados aos partidos marcaram presença no local. Foto: José Aldenir 

Em seguida, Fátima Bezerra começou seu discurso. Professora de carreira, ela pauta a educação como a prioridade de seu eventual governo. “Eu tenho um sonho: lutar para que a educação para que o ensino médio do estado tenha a qualidade que tem a rede de educação profissional federal do nosso país”, declarou. Entre as principais propostas da líder nas pesquisas de intenção de votos para o governo do estado, destacou o aumento da inclusão digital, a ampliação de investimentos para a UERN, além da reforma e ampliação das Casas do Estudante, que atualmente correm o risco de serem fechadas. 

Última a discursar, Manuela D’Ávila citou a voz da resistência daqueles que enfrentaram a conjuntura que se instaurou depois do impeachment de Dilma Rousseff e tem ecoado no período eleitoral, quando a maioria da população, em especial o povo nordestino, quer eleger novamente um projeto popular para governar o Brasil. “Em 2016, nós não imaginávamos que dois anos depois teríamos um grito de resistência tão alto do povo do norte do país. Nós temos o grito e a voz alta dos que não aceitam o golpe que destrói o nosso país, aqueles que dizem que esse país tem dono e os donos desse país não são as oligarquias que se perpetuam como aqui no RN, e que serão varridas do governo do RN porque essa mulher [Fátima Bezerra] vai tirá-los de lá. Os donos desse país são as mulheres e homens que trabalham e acreditam que todas as mulheres e homens têm direitos iguais”. 

Na primeira fila da plateia estavam sentados alguns dos candidatos à câmara dos deputados e ao senado federal da coligação local, composta por PT, PCdoB e PHS. A candidata à vice-presidente chamou a atenção para a importância da eleição de uma base aliada do governo. “Deputados federais e senadores nós precisamos de vocês lá, se elejam!”, pediu.

Manuela ainda destacou os feitos do período em que o seu companheiro de chapa, Fernando Haddad (PT), ocupou o Ministério da Educação: “A juventude naquele tempo nem sonhava em entrar na universidade. Era um sonho proibido e Haddad nos fez perceber que não existia sonho proibido e que não importava a cor da pele, o trabalho do pai ou a cidade onde o jovem nascia, pois nada disso o impediria de ter acesso a uma educação de qualidade”. Afirmou, ainda, que o ex-ministro “colocou a juventude dentro de um projeto de desenvolvimento”. 

Por fim, a candidata à vice de Haddad comentou: “Não queremos que os nossos filhos aprendem a simular tiros com as mãos”, denunciando o episódio em que o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ensina uma criança a imitar uma arma com as mãos. Sob aplausos, Manuela afirmou que as crianças devem aprender a usar as mãos para escrever, nas creches, nas escolas, nas universidades e nos institutos federais - uma grande bandeira levantada pelos governos petistas.

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