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Jovens Aposentados


Por Luana Aladim

Filhos da tecnologia, irmãos da coragem e reféns da inovação: os jovens do novo milênio têm tudo para mudarem o mundo. Entretanto, falta-lhes força de vontade. Eles estão muitas vezes envolvidos em projetos e sonhos: trabalham para alcançá-los, mas morrem no meio do caminho – às vezes nem começam por ser árduo demais, por ter resultados em longo prazo. Sobre este assunto, discursou o Papa Francisco na cerimônia de abertura da Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia: “Entristece-me encontrar jovens que parecem aposentados antes do tempo. Preocupa-me ver jovens que se renderam antes do jogo sem ter começado a jogar; que caminham com a cara triste, como se a vida não tivesse valor. São jovens essencialmente chateados... E chatos”.
            A fase da vida de maior brilho e disposição parece estar passando por tempos tenebrosos, e apenas alguns pontos de luz podem ser vistos. Essa iluminação se dá a partir do desprendimento para consigo na tentativa de se alcançar um bem comum; e para ter essa disposição, é preciso cuidar da saúde. Sabe-se que o número de jovens nas academias de musculação aumentou consideravelmente nos últimos anos. Nos esportes, isso também não é diferente. O graduando de Educação Física da UFRN, Felix Sousa, comentou sobre a paixão pelos exercícios, que começou desde cedo: “desde os 12 anos que eu treinei futsal, handebol, vôlei, atletismo. Acho que o esporte é fundamental, pois além de ser uma ferramenta de inclusão social, nos ajuda a transformar nossa própria vida”.

            Para essa mudança acontecer, entretanto, é necessário desprender-se da comodidade e buscar melhorar-se a cada dia. Desse modo, haverá ganhos tanto para o indivíduo quanto para a sociedade a que pertence. É nesse contexto que surgem os movimentos sociais: o Levante Popular da Juventude, por exemplo, a cada dia convoca mais jovens para lutar por um país mais justo. Marcos Barbosa, integrante do movimento, incentiva os jovens: “Unidos seremos mais fortes. Precisamos romper com o individualismo e pensar que apenas coletivamente poderemos nos tornar agentes capazes de romper com os retrocessos e perdas de direitos. Precisamos avançar juntos na construção de uma nova identidade para o Brasil, que respeite as diferenças, que seja menos desigual, que respeite os direitos humanos”.
            Assim como um fósforo, a juventude precisa deixar-se queimar, sabendo que uma chama não sobrevive sozinha. Levantar a cabeça e esticar as pernas: fazer uma revolução humanitária, visto que a tecnológica já foi alcançada. Olhar nos olhos e não ter medo de se comprometer, de ser vivo, feliz, disposto e verdadeiramente jovem.

Imagens: http://www.unicef.org/brazil/pt/br_cavadas_033.jpg
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Equipe de Reportagem: Ana Laura Freire, Leonardo Figueiredo, Luana Aladim, Nínive Luara

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