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Saneamento é caso de urgência em nova descoberta

Esgoto ao ar livre no bairro é um grande problema, mas não uma grande novidade

Por Ella Torres

Rua Djalma Maranhão, em frente ao 7° Batalhão de Engenharia do Exército. Foto: Manuela Torres. 


Há anos o bairro de Nova Descoberta, na Zona Sul de Natal, é tomado por um incômodo enorme. Em frente ao 7° Batalhão de Engenharia do Exército, em uma via de importante acesso na cidade chamada Djalma Maranhão, o esgoto frequentemente toma conta do perímetro, sujeitando os cidadãos ao mau cheiro e à sujeira.

Segundo moradores, os problemas de encanamento começaram desde que a empresa de saneamento responsável, a Caern, concluiu uma obra de drenagem no local. Algo deu errado, mas até o presente momento, o mau cheiro é muito e as informações ainda são poucas. “Você tem algo para me dá? Não? Então não vou falar nada, porque moro aqui há mais de cinquenta anos, sei quando isso começou, pode escrever que não vai mudar, nunca muda”, rebelou-se um antigo morador, sem esperança com a situação. Já o estudante de C&T Maurício Moreira, 19, que reside no bairro há pouco mais de um ano, pensa de forma mais otimista: “Comecei a ver (o esgoto) de uns meses para cá, acho que basta se disporem realmente a vir, analisar e resolverem a situação”.

Foto: Manuela Torres/Caderno de Pauta.
A pessoa mais afetada com a complicação é Augusto Paiva, 48, dono do restaurante “O Poty”, que funciona há quatro anos no local. É com esse negócio que Augusto tira a seu sustento e de seus 14 funcionários e afirma que, nos dias em que a rua está interditada, o faturamento cai em 40%. 

“A gente paga 70% a mais de tratamento de esgoto, já acho um absurdo porque isso deveria ser dever da prefeitura, e é 70% em cima do seu gasto, como aqui é empresa, as vezes é 70% em cima de 400 reais”, lamentou-se o proprietário. “Já fui incontáveis vezes na Caern, tenho todos os meus protocolos anotados, eles dizem que é uma bomba que quebra na lagoa de Preá, mas acho que você devia ter pelo menos duas, para que quando uma quebre você use a outra, pois eu vejo isso já faz quatro anos e ainda não deu para solucionar? ”

De acordo com a assessoria de imprensa da Caern (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte), o transtorno é fruto de uma falha técnica, decorrente de uma manutenção na estação elevatória de esgotos. A empresa afirmou que até o dia 05 de outubro o problema estaria resolvido. No entanto, para Augusto Paiva, resta saber até quando: “Se continuar a gente não vai aguentar, a gente vai fechar, e as pessoas vão perder 14 empregos”.

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